terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O que é o iPad para os leitores


O iPad é um grande avanço tecnológico, algo que provavelmente vai mudar a forma com que interagimos com a tecnologia (de novo). Porém, mudar os nossos hábitos vai demorar algum tempo e, até lá, o iPad é um leitor de livros em primeiro lugar. Entenda melhor de onde a Apple tirou as suas ideias e como a indústria literária está reagindo ao novo aparelho.

Quando Steve Jobs fez o seu pequeno espetáculo pirotécnico de gole rolê preta muita gente achou que ele estava dando primeiro passo para a real transposição dos leitores de livros para ebooks. O que muitos não sabem é que o iPad e o iBooks são frutos de uma longa jornada.


A evolução do ebook atual

Tudo começou quando as pessoas começaram a trocar ebooks na internet. O sistema era incipiente, a maioria dos arquivos em PDF ou doc, mas muita gente achou que o prazer de ler sem pagar ou ter acesso a um livro esgotado valia o inconveniente de ler na tela do computador. Percebendo que ali estava um nicho de mercado inexplorado a Amazon decidiu revisitar uma anti
ga tecnologia e tentar fazer o e-reader "pegar" no gosto do povo.

A principal reclamação dos antigos aparelhos era o brilho da tela, que causava dores de cabeça em que lia por tempo demais. Pensando nisso, foi criado a digital ink. A tecnologia permite que as pessoas leiam de uma tela que emite zero luminosidade, mas é mantida por uma bateria (que dura duas semanas).

O primeiro kindle foi lançado no dia 19 de novembro de 2007, em um evento bem parecido aos da Apple. Mas o primeiro aparelho, um verdadeiro tijolão, não agradou os compradores. Porém, os criadores não ficaram desincentivados. A tecnologia parecia ter agradado e novas versões mais finas do aparelho foram criadas e vendidas até que o kindle fosse o produto mais vendido de uma loja internacional.

Por outro lado, temos o iPhone. Criado como um telefone extremamente tecnológico, o aparelho ganhou inúmeros usos desde maior de 2007, quando a versão 2G foi lançada. Isso acontece graças aos aplicativos que podem ser instalados no gadget através do iTunes ou de meios ilícitos.

O aparelho só ganhou força depois do lançamento do modelo 3G e com ele vieram os aplicativos de leitura. Um dos mais famosos e mais elegantes aplicativos para leitura no telefone é o Classics. Criado por Phillip Ryu, ele oferecia uma estante de livraria de madeira onde o leitor poderia escolher o que ler a partir da capa do livro. As opções eram uma seleção de livros clássicos que se mantiveram atuais como Flatland e Alice no País das Maravilhas.

O aplicativo iBooks também é elegante e tem exatamente o mesmo "look", mas não é nenhum segredo que a criação foi inspirado no aplicativo. O próprio criador do Classics admite também ter se inspirado em terceiros.















iPad, o leitor e o autor
Por mais que os aficcionados por tecnologia queiram eleger o iPad como "o melhor de tudo no mundo", a verdade é que, para o leitor, o aparelho não é tão impressionante. Se o seu único objetivo for ler livros sem precisar gastar espaço na sua casa e gastar árvores do mundo, o kindle é o aparelho para você. Ele é mais barato e a bateria dele dura muito mais - duas semanas contra as 10 horas do iPad.

Já se você for um escritor e deseja uma espécie de moleskine moderno para anotar seus pensamentos e escrever livros enquanto anda pela cidade, o iPad é o melhor que você vai encontrar - por enquanto. Nos Estados Unidos, os escritores já começaram a comemorar a chegada do fetiche. O desejado e-writer permite pesquisas na internet enquanto se escreve, além de aplicativos de apoio ao processo criativo. Além disso a Apple oferece um teclado acoplável, que quase alcança o tamanho original de PC.

Editoras e os e-readers

Por enquanto é difícil dizer qual e-reader será o videocassete do futuro e qual será o betamax. Assim como no caso das fitas, é preciso esperar os consumidores elegerem o seu formato favorito. Enquanto isso não acontece, as editoras apostam no seu favorito ou simplesmente assinam contratos com todos enquanto aguardam a decisão.


A disputa é acirrada e ambos os lados tentam atrair os cliente. A Amazon anunciou um novo contrato para escritores independentes recentemente. Nele, o autor ficará com 70% do preço de venda do produto desde que o livro tenha um custo máximo de U$ 9,99. A Apple oferece um contrato similar para as editoras. Deve ficar com 30% do preço de venda, mas acredita-se que os livros vão custar, em média, U$ 12,99.


Já as editoras americanas indicam que gostariam mesmo é de cobrar o mesmo preço do livro de capa dura, até U$ 20.

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