sexta-feira, 16 de abril de 2010

De volta à Biblioteca

Quando as estantes da sua casa chegam a um ponto em que não cabe mais nenhum livro, as pilhas não aceitem nenhum exemplar sem que ameacem cair, é hora de começar a buscar alternativas. Em fevereiro, eu falei sobre as possibilidades para nos livrar de livros indesejados. Além das dicas, outra coisa que funciona bem é não comprar o livro que você sabe que não vai querer guardar.



Para não deixar de ler, uma boa resposta é ir à biblioteca pública. O problema é que a maioria não coloca os pés na biblioteca desde o último trabalho de escola e não faz ideia do que foi feito do cartão de empréstimo. A biblioteca se tornou um monstro no imaginário coletivo, uma espécie de cemitério de livros, onde o alérgico não tem permissão para entrar.

Apesar disso, decidi me aventurar pelas estantes sem fim. Peguei meu comprovante de endereço, identidade e três reais e fui exigir o meu direito de cidadã de ler livros de graça.

A biblioteca escolhida foi a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, a principal de Belo Horizonte. Quando eu era bem mais nova, meu pai me levou lá e fez um cartão para mim, que eu aproveitei pouco porque tinha preguiça de andar até a Praça da Liberdade, onde ela fica. Graças a isso deixei de poder alugar livros quando os cartões de papel pararam de funcionar. Ao voltar, descobri que o sistema está completamente diferente e muito moderno. Em menos de 10 minutos fiz um cartão digital personalizado, que foi entregue na hora.

Em seguida, tive que deixar a bolsa em um escaninho (sem custos) para poder entrar. O setor de empréstimos fica no segundo andar. Assim que cheguei vi mais algumas mudanças. Da mesma forma que você pode saber o que outras pessoas pensaram de um produto comprado na internet, você pode saber o que outros acharam de um livro. Os comentários ficam expostos e podem servir como um guia para quem não sabe o que alugar.

Outro bom indicador do que é bom é a estante de devolução. Antes dos livros serem colocados de volta nas estantes, eles são separados e organizados. Ali estão os equivalentes aos "Mais Vendidos" da livraria. Stephen King era o preferido do dia.

Vou admitir que meu nariz de alérgica não me permitiu ficar perto dos livros italianos e quando sai estava com um pouco de alergia, mas nada muito grave (ou pior do que quando mexo com meus próprios livros.

Ao todo fiquei mais de uma hora entre as estantes, relembrando velhos tempos e procurando novos exemplares. No final, sai com dois antigos. Um livro do Dean Koontz e outro do Donald E. Westlake. Os dois são ótimos escritores, que eu já conhecia de outros livros, mas nem sabia da existência desses dois.

Em duas semanas, fico somente com a lembrança da história que o autor conta, não as páginas apodrecidas...

Apesar do ânimo para voltar à biblioteca, a verdade é que eu não sei se vou continuar indo, ou se vou procurar saber se ela tem o livro tal disponível antes de comprar. Eu gostaria de pensar que sim, mas realmente não sei... E você? Iria trocar o exemplar novinho pela biblioteca?


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