quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O ebook perfeito


Não falta gente para profetizar como será o futuro do livro e, se juntarmos todos os palpites, ele vai ser qualquer coisa, menos um livro. Mas e se pudéssemos criar o ebook perfeito? Uma mistura de literatura com o que mais você goste e criássemos o que nós gostaríamos de gastar nosso dinheiro para comprar?

Para começar ele seria no iPad. Ele é o único leitor atual que pode mostrar todo tipo de conteúdo multimídia com uma qualidade impressionante. Outra exigência que eu faria é ter trechos nos quais eu posso ler em paz. Toda vez que falam de unir livros com músicas, filmes e propaganda imagino pop ups enquanto leio. Pop ups estão proibidas.

A história tem ser boa (claro!) e tem que oferecer oportunidades para o conteúdo multimídia entrar de forma que acrescente algo ao texto - e não seja um conteúdo chato que te obriga a parar de ler para dar atenção a ele.

Vídeos não são ideais para o ebook. Eles exigem toda a sua atenção, da mesma forma que o texto. Música, por outro lado, pode ser uma boa para a história. Não sou especialista em música, mas imagino que uma trilha sonora de livro seria bem divertido, principalmente se quem a fizer entender que existe hora de acrescentar som e hora de deixar o leitor entrar na história, sem interferência.

Outra possibilidade é a imagem interativa. É possível fazer um desenho no qual você tem que interagir (colocar as coisas do Harry Potter na mala, por exemplo) e graças a essa imagem você saberia de algo que não saberia se a pulasse (uma dica que só seria percebida se você estivesse atento, não um item que brilha e pula na tela).

Esconder "Easter Eggs" (piadas e dicas divertidas que estão "escondidas" ao longo do livro e da história) também seria interessante. Isso incentivaria muita gente a voltar na leitura, analisar melhor o texto e tentar encontrar o capítulo perdido ali (esse capítulo seria algo do tipo da Segunda e curta vida de Bree Tanner: legal, porém dispensável).

O problema do ebook interativo é que não basta achar uma fórmula e repeti-la em todos os livros. Tudo que está acima pode ser simplesmente genial ou incrivelmente idiota. Talvez tenhamos finalmente chegado na era em que as pessoas tem que usar sua criatividade TODAS as vezes que for escrever, ao invés de só de vez em quando...

3 comentários:

Edson Sguizzato disse...

Imaginemos os livros que viram filmes. Não se pode simplesmente dar um livro para cada ator, falar qual o personagem ele vai interpretar, dar outro livro para a equipe de cenário e pronto. Ele precisa ser adaptado, surgindo então o roteiro.

Livros já existentes, quando convertidos em formatos digitais e lidos no e-reader, são então livros normais convertidos em formatos digitais para serem lidos no e-reader.

O e-book tem que estar entre o livro e o filme(ou seriado). Como você bem disse, Easter Eggs são a chave e creio que sucesso garantido, pelo menos entre nós, nerds.

Trilha sonora inclusa no e-book, também é muito bem-vindo e me poupará o trabalho de escolher as músicas para ouvir enquanto leio. Quando o livro já foi adaptado para o cinema, a trilha pronta do filme ajuda, mas quando não tem filme, dá uma preguiça de escolher o que combinará com a leitura.

Helton disse...

Oi
Acho que essas possibilidades vão acabar restringindo e limitando muito o prazer que é ler simplesmente.
Você com certeza já teve a impressão de que, algum livro que você leu foi muito melhor que o filme que fizeram desse livro,pois bem, isso porque a imaginação de qualquer pessoa é insuperável, então será que colocando esses recursos nos livros digitais não estariamos direcionando demais a imaginação do leitor para algo pre-determinado pelo autor?, tirando um pouco (ou muito) da graça de ler?

É claro que a coisa muda de figura quando se trata de biografias, livros didáticos, enfim, gêneros mais informativos...

ÓTIMO BLOG O SEU!
abraço

Antonielson disse...

Um blog muito interessante. Adorei. Também trabalho com uma página na net, sobre esse universo fascinante que é o das palavras.