domingo, 24 de maio de 2009

Musashi


Finalmente li o clássico da literatura japonesa, Musashi. Escrito por Eiji Yoshokawa, o livro de 1.808 página, antigamente dividido em dois volumes e em edição mais recente em três. O livro é o que parece: um tijolo.

O livro é sobre Miyamoto Musashi, o mais famoso samurai de todos os tempos. Nas muitas páginas do romance ficamos sabendo tudo sobre o guerreiro, que queria apreender todos os mistérios e problemas do mundo de forma a melhorar o Japão e sua habilidade como esgrimista.

Lá pelas tantas do livro descobre que a esgrima não é um aprendizado, mas um caminho e o segue, tentando conhecer todos os sábios de seu país, implorando por uma lição. E consegue algumas palavras sábias que vão ajudá-lo a se encontrar.

Sem querer estragar a graça do livro, tem uma que ele aprende sozinho e que eu considerei valiosa. Musashi decide passar algum tempo em uma aldeia com agricultores, que trabalham em uma terra castigada, que todo ano alaga destruindo o seu trabalho. Musashi passa mais um ano sendo chamado de louco por tentar impedir que a natureza faça o seu trabalho, movendo pedras e construindo diques para proteger o arado.

Depois de muito falhar, ele descobre um dos mais valiosos segredos: "Não se oponha aos caminhos do mundo". Enquanto ele tentar impedir que a natureza destrua a terra, não vai conseguir nada, mas no momento em que ele deixa de se opor aos caminhos naturais da água, mas trabalha suas pedras e diques ao redor deles consegue o seu objetivo.

O livro é assim, cheio que pequenas preciosidades para aqueles que persistem. O problema é persistir. Já tenho algum contato com a literatura japonesa, que é escrita de forma bem diferente da literatura ocidental. Títulos de capítulos subjetivos e começos de capítulos que descrevem em detalhe o dia e como o personagem sente o som em seus cabelos são frequentes. A história é escrita em detalhes, a personalidade dos personagens é clara e no final você nunca mais vai esquecer dos nomes daqueles que estavam na história.

Por outro lado não é para qualquer um ler os dois volumes de uma vez. A história ocorre de forma tão lenta que tem que se ler no dobro da velocidade para compensar. Além disso, como todo romance japonês, o livro não tem final, o autor simplesmente para de escrever, nos deixando órfãos de Musashi no auge de sua carreira. Haja Wikipédia para descobrir o que aconteceu ao maior samurei peregrino da história do Japao.

Um comentário:

Alexei Fausto disse...

Eu acredito que essa é a coisa mais legal dos japoneses, eles contam uma parte da história, o depois, é pos sua conta.

Só mais um novo começo.

E chegou num ponto do segundo volume que eu meio que "parei" de ler, porque não queria mais chegar no fim.