Como você já deve ter percebido, a nova onda são os livros de vampiros. Os personagens míticos estiveram apagados da literatura mainstream desde que Anne Rice, a grande mestra do gênero, fez uma cirurgia de estômago e decidiu utilizar os seus talentos na escrita para louvar Deus, deixando Lestat sem novas histórias. Porém, veio como uma onda novos livros de autores até então desconhecidos que tratam do tema e acrescentam (ou retiram) elementos da lenda vampiresca.
Então, depois de ler os vários comentários sobre as duas séries mais famosas do gênero, Crepúsculo e “Mistérios dos Vampiros do Sul” (tradução livre) eu fiz o que jornalista dona de um blog, aficionada por ler e assistir televisão faria. Eu li todos os livros de cada série e assisti às suas adaptações. Foi uma tarefa árdua e minhas costas estão doendo, mas acabei: Ao todo foram 12 livros e 13 sentadas na frente de uma tela. Ufa!
A série mais conhecida dispensa apresentações. Stephenie Meyer marcou sua entrada no mundo editorial de forma estrondosa com os livros que contam a história romântica de Bella e Edward. Para quem estava de férias do mundo e conseguiu não ouvir falar do casal, a série de quatro livros (não incluo Midnight Sun até ele ser publicado) conta a história da delicada e desequilibrada (no sentido literal) Bella que em um gesto altruísta muda para a cidade do pai, Forks, para permitir que sua mãe viva com o novo marido, Phil, que viaja muito.
Logo no primeiro dia de aula ela conhece Edward, o cara mais bonito da escola, que tem quatro irmãos adotados. Edward e seus irmãos são vampiros, e ele tem um poder especial que não funciona com Bella somente: Telepatia. Depois de cerca de 200 páginas eles finalmente ficam juntos, mas como isso acontece ainda no primeiro livro da série, os livros seguintes são um mistura de prova de amor com aventuras vampirescas. O terceiro livro, Eclipse, e o quarto, Breaking Dawn, são sem dúvida os meus preferidos da série, porque é depois que eles decidem que se amam e o livro se concentra nas aventuras vampirescas.
A outra série vampiresca que está chamando atenção são "The Southern Vampire Mysteries". Somente o primeiro da série de oito livros (por enquanto) já foi publicado no Brasil: Morto até o amanhecer. A série conta a história de Sookie Stackhouse, uma garçonete telepata que se apaixona por um vampiro e descobre, pela primeira vez na sua vida, que não é capaz de ler a mente de alguém. E isso é um alívio! A série chamou atenção por dois motivos: primeiro a coincidência entre a trama básica de Sookie Stackhouse e Crepúsculo, e segundo a série que a HBO está fazendo com adaptação de Allan Ball, o mesmo roteirista de Beleza Americana.
A conclusão principal que cheguei depois de ler tudo foi que as coincidências entre os personagens principais das séries parecem ser somente isso: coincidências. Para quem achava que Charlaine Harris copiou a idéia de Stephenie Meyer, aqui vai um fato inegável. A primeira edição de Morto até o amanhecer saiu em 2001. A primeira de Crepúsculo saiu em 2006. Se alguém copiou alguma coisa, foi a Stephenie Meyer que copiou Charlaine Harris.
Outro fato contribuiu para que eu pense que não houve plágio: As histórias são tão diferentes entre si, os personagens têm personalidades tão absurdamente distintas que não faz sentido pensar nisso. Enquanto Edward é um garoto comportado que nega sexo a sua namorada até depois do casamento, Bill - o par romântico de Sookie no começo da série - mal podia esperar para colocar suas mãos na garota, que digamos de passagem, concordou 100% com esse pensamento.
Outra diferença marcante entre as duas autoras: a mórmon Stephenie Meyer (esquerda) nem pensa em falar do sexo em seus livros. Quando finalmente Bella e Edward vão para cama, o livro apresenta um pequeno espaço entre os parágrafos e pula para o dia seguinte, no qual ela está toda roxa e machucada. Isso me parece uma clara mensagem: sexo é ruim para você.
Já com Charlaine Harris(direita), sabemos mais sobre o que acontece na cama entre os dois. Algumas posições, sensações e até alguns gemidos (que eu particularmente poderia viver sem), mas sem cair no pornô. E depois da primeira noite de Sookie e Bill, que foi quando Sookie perdeu a virgindade, ela não sente nada além de felicidade plena. Isso também me parece uma clara mensagem: sexo é super legal e te deixa de bom humor.
Enquanto Bella passa a série na dúvida se ela ama Jacob ou Edward, Sookie tem dúvidas bem mais promíscuas. Ao longo dos oito livros ela gostou do Bill, do Eric, do Alcide, do Calvin Norris e do Quinn. O oitavo livro acaba com ela sozinha, mas não sem pretendente. O Bill, o Eric e o Alcide ainda estão no páreo pelo coração da loira.
Outra semelhança são os Shapeshifters (pessoas que mudam de forma), que existem nos dois livros. Mas, honestamente, falar de vampiro quase te obriga a falar de lobisomens e a idéia de shapeshifters não foi criada por nenhuma das duas.
No final das contas a única semelhança que não é uma coincidência é aquela que deveríamos ficar mais gratos. As duas autoras escrevem muito bem e as duas séries viciam ao extremo. Sem contar que tanto o filme Crepúsculo, quanto a série TrueBlood são muito bem feitas e rendem bons momentos de diversão. Que no final é tudo que importa, não?
7 comentários:
como mórmom, ela deveria sacar mto de sexo, afinal, os mórmons são poligamicos!
como uma pessoa que tem o dia de fazer sexo marcado no calendário como se fosse uma consulta ao medico vai saber muito sobre sexo??
E eu nao acho que ela seja poligamica...
claro que é, faz parte da religião deles!
gosto mais da gordinha. Ela tem cara de uma ex-gótica revoltada da escola, que come uma caixa de bombons inteira escondida da família e vai ter diabetes.
ela nã é poligamica. ela tem um marido e ele se chama Pancho!!
João Renato,
Sou mórmon há 22 anos e não existe poligamia em nossa religião.
Nem aqui no Brasil e nem em outro país existe isso, pois há leis que não permitem.
Na igreja somos ensinados a respeitar as leis do nosso país!
O que existe é o celibato até o casamento...f
vai achando que nao. no inicio, na decada de 90 os mormons eram poligamicos e ate casavam com membros da mesma familia.
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