segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A Torre Negra


Hoje eu venho resenhar não um livro, mas uma série como um todo. A Torre Negra de Stephen King. Essa série começou a ser escrita há cerca de 40 anos atrás, quando ele não era ninguém além de um jovem de 19 anos (19 é um número especial no livro, talvez ele tenha começado com 20, 21, mas diz que foi com 19 pra ficar mais legal) com uma idéia presunçosa de escrever um épico igualzinho o Tolkien na cabeça.

O primeiro livro da série, O Pistoleiro, foi publicado de capítulo em capítulo na revista americana The Magazine of Fantasy & Science Fiction (posteriormente, Fantasy & Science Fiction e geralmente citado apenas como F&SF) da Marvel Comics, publicada no Brasil pela Panini.

A história foi publicada como livro três anos depois que o primeiro capítulo saiu na revista, mas somente ganhou status como série a partir do segundo volume, que é, de fato, quando a história começa a se desenrolar.

Voltando ao livro, de inúmeras maneiras ele não consegue se igualar ao Tolkien. - Sou uma das poucas leitoras de fantasia que não gosta do Senhor dos Anéis, mas não deixo de reconhecer o valor da obra imaginativa e do cuidado que ele tem com a história e as línguas inventadas do autor.

Mas de várias outras maneiras, na minha opinião, ele ultrapassa o mestre da fantasia. E faz isso usando de um artifício próprio de um de seus personagens, Eddie de Nova Iorque, através do humor em sua forma mais boba e crua. E no final das contas o que importa é que King de fato escreveu um épico. Um dos bons.

Sobre os livros em si

A obra é baseada no poema de 1852 de autoria de Robert Browning, "Childe Roland to the Dark Tower Came". Ele começa com uma frase inicial comparável com a de Moby Dick (eu não disse melhor!): "O homem de preto fugia pelo deserto e o pistoleiro ia atrás".

Isso por si só resume todo o primeiro volume da série. Roland Deschain, de Gilead, descendente do Eld é o pistoleiro. E ele persegue o homem de preto pelo deserto durante o primeiro livro todo. Parece chato, mas não é, e mesmo se fosse valeria a pena pelos livros que vêm a seguir. (Se quiser a seqüência passa lá no wikipédia) Um dos motivos que não é chato está no fato que esse deserto não está no nosso mundo, mas no mundo de Roland, o Mundo Médio. Ele é uma versão da nossa própria terra, mas lá, "o mundo seguiu adiante". As pessoas vivem cercadas de tecnologias que não entendem e não são capazes de dar manutenção. O mundo cái aos pedaços e ninguém sabe impedir. Nesse mundo pedaços de espelhos são jóia digna de primeira dama, mas safiras ainda são reservadas às amantes.

No segundo livro, o pistoleiro conhece amigos, Jake, Eddie, Susannah e Oi. Já no terceiro livro, As Terras Devastadas, conhecemos as histórias dos companheiros do Roland (passei o livro todo lendo o nome dele com um r arrastado, igual o de rodo, mas agora acho que o nome dele é com um r enrolado mesmo).

Todos os amigos de Roland, exceto Oi, são de Nova Iorque, mas cada um vem de um "quando" diferente, anos 60, 70 e 80. Apesar de terem uma origem comum, cada um tem um motivo para estar junto do pistoleiro. Generalizando podemos dizer que nenhum deles se ajusta ao quando ou até mesmo ao seu próprio mundo. Roland oferece uma fuga, que nem todos querem no primeiro momento.

O quarto livro, Mago e Vidro, é quase todo sobre a história do próprio Roland antes do momento em que o conhecemos, no deserto, e explica o porque da perseguição ao homem de preto, entre muitas outras coisas.

O quinto livro, Os Lobos de Callas, um dos melhores, conta sobre Roland e seus amigos juntos um formado de muitos, um Ka-Tet, atuando como pistoleiros, afinal amigo de pistoleiro, pistoleiro é. E todos os pistoleiros precisam de um batismo de sangue antes de poder carregar o nome.

O sexto, A Canção de Susannah, é um amarrar de pontas soltas até então e um arranjo de terreno para o último livro da série.

Por fim o sétimo livro, A Torre Negra, é uma obra prima. Nele eu entendi poque o tal de Stephen King faz tanto sucesso. O final da série não deixa a desejar. Como ele proprio diz, não é o final mais feliz, mas é o final correto. A história não suportaria outro sem perder a força que tem.


OBS: Eu sei que hoje ele nada tem de independente, mas a origem da série foi em uma revista de ficção científica. Por mais sucesso que ela fizesse ainda assim é obscura. Assim eu acho super válido para o blog. Além disso eu gostei!

Você pode comprar o livro a partir de R$ 23,00 (depende do volume) no estante virtual. Eles tambem tem a coleção completa por R$ 280,00, quarenta por livro. Aí você tem que ver se está disposto a desenbolsar essa grana baseado no meu texto.

Um comentário:

JOÃO RENATO disse...

Ou pode ler os quadrinhos da panini!